O Rei Arthur


Por Roberto Capel Molina

A história do Rei Arthur é talvez uma das histórias mais conhecidas do imaginário popular de todo o mundo, recheada de fantasia e folclore, assim como composta de bravura e heroísmo.

Diversos escritores, principalmente os ingleses, contaram através do tempo um reinado glorioso, inesquecível e repleto de vitórias de um valente rei na defesa do território britânico. Território este que invadido por anglos e saxões ao norte em meados do Século V.

Em verdade, a Britânia foi território romano, assim como, grande parte do mundo, conhecido até então. Este período de dominação está compreendido entre 27 a.C e 476 d.C, quando caiu o império romano.

Os romanos com sua saída do território da Bretanha abriram brechas para as invasões da terra pelos povos bárbaros (todo povo que não falava latim). Foi um período de caos na Europa em geral, sem definição de posses de terras.

Nesse contexto então que entra a lenda contada pelos escritores que vieram narrar a história alguns séculos depois, cada um à sua maneira, aqui resumida.

Arthur concebido por Uther, rei de um vasto território que possuiu Igraine, esposa do conde Gorlões, na surdina da noite, conforme, plano de Merlin.

Merlin era o mais alto conselheiro do rei Uther, não era uma pessoa e sim um título da religião Druida (celta), que precedeu o cristianismo trazido pelos romanos.

Merlin então foi o mentor e tutor no crescimento e educação de Arthur. Assim aos 15 anos, já bem preparado para o seu destino, Arthur foi levado por Merlin até o local onde havia uma espada encravada em uma rocha, e na presença de dezenas de pessoas a retirou sem nenhum esforço.

Centenas de pessoas haviam tentado realizar este feito, mas segundo Merlin, só o verdadeiramente nascido para ser o rei da Bretanha é que o conseguiria. Então Arthur de posse da espada mágica “Excalibur” se tornou rei consagrado pelo povo que ansiava por um líder que os unificasse e os defendesse.

E assim foi feito, Arthur casou-se com Guinevere e a fez rainha, morando então no castelo de Camelot. Arthur de imediato instituiu a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda, chamando para compô-la os mais dignos e distintos cavaleiros de toda a Bretanha, em número de 12, o que não seria uma regra definitiva, que o aconselhariam e o ajudariam a governar. A Távola Redonda era uma mesa enorme porém sem cabeceira propositalmente, para que nenhum membro fosse superior aos outros, nem mesmo Arthur.

E assim com esse conselho atuante, governou Arthur durante muitos anos e pôs certa ordem no caos que reinava anteriormente.

A história do Rei Arthur, enriquecida de detalhes ao longo dos séculos, no entanto, apesar de seu sucesso na literatura e artes em geral, não passou de uma lenda criada no imaginário de quem a escreveu.
                                        
O Arthur da era Moderna

Nascido em 20/05/1997 em Belo Horizonte, filho de Armando Chiari e Cristina Gontijo. Arthur Chiari veio a conhecer o jogo de xadrez bem cedo através de seu pai e aos 6 anos tomou gosto pelo esporte.

Desde então essa paixão tem sido crescente, a ponto de mudar sua vida radicalmente, assim como de toda a sua família. Com muita determinação e disciplina, Arthur estudou o jogo profundamente e já cedo colheu os resultados merecidos por tanto esforço.

Foi campeão brasileiro sub10 absoluto e, em seguida co-campeão pan-americano, o que lhe valeu o título de Mestre Fide (vitalício), além de outras conquistas, sendo intitulado então pela crônica escrita como ‘O Rei do Xadrez ‘ no Brasil. Assim, tornou-se uma referência neste esporte sendo admirado por crianças e adultos.

Arthur fazendo jus ao título a ele outorgado, tem reinado absoluto em sua categoria no Brasil já há mais de 5 anos. Reafirmando esta superioridade sobre os demais, ganhou também o campeonato brasileiro sub12 em maio de 2009.
Premiando ainda todo seu esforço acaba de ganhar o brasileiro sub14 absoluto agora em abril de 2011 tornando-se tri-campeão absoluto de xadrez, uma façanha.

Mas Arthur quer mais, quer ampliar seus horizontes, ultrapassar limites, ganhar o mundo, e para isto conta com mentores de grande valor dentre os quais se destacam seus pais e professores tanto no xadrez como na escola onde estuda (SESI-Minas).

Arthur, com sensibilidade, enxerga a essência do jogo e procura encontrar elementos para representar as mais admiráveis concepções artísticas, em que sua imaginação vaga, por situações impensadas por nós seres humanos normais.

Não se deixa seduzir pelas jogadas superficiais e vai à busca do melhor lance. Procura no xadrez além das vitórias, alcançar um estado prazeroso de intenso desfrute e lembrando Tarrasch, prazer tão sublime que só encontrado também no amor e na música.

Mas como definir Arthur longe do xadrez? Ele, apesar do sucesso conseguido até então, conserva a meiguice, a ternura definida na alegria de quem vai ser sempre criança e que sabe muito bem diferenciar as coisas. Sabe dosar tonalidades sutis, esta suave criança ou adolescente não importa, no brincar, no divertir, assim como empreender arrojo na disputa de uma partida ou torneio de xadrez.

Uma mente brilhante com uma capacidade de acolher tudo que é bom, de discernir onde a arte, o trabalho árduo e a criança convivem sem conflitos. Busca ordenar o equilíbrio entre o dar e o receber. Arthur conserva e enaltece o direito inato da humanidade, o direito de amar e ser amado.

Menino valoroso que com tamanho sucesso se faz galardeador do propósito que Deus tem para ele nesta vida, já que, a busca da sabedoria e da inteligência é enaltecida em várias passagens no nosso livro sagrado e citado em vários provérbios (3:13; 8:22 a 32; ...). Ninguém chega a ser sábio por acaso, o fardo da sabedoria é pesado e a viagem é longa. Para ser sábio é preciso vivenciar situações, conhecer o sucesso e o fracasso. No sucesso, contam-se os amigos, no fracasso, contam-se os amigos com qualidade.

É claro que nem sempre as coisas acontecem ou ocorrem como planejamos, e ás vezes tropeçamos pelo caminho, mas temos que tirar proveito destas situações e fazer do insucesso nossa melhor escola.

Pois já é ainda em criança ou adolescência uma fonte que emana luz e, andando na vereda dos justos, essa luz se fará mais intensa, como na chegada da aurora e vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Prov.4:18).

Não se deixa levar pelo absurdo delírio do convencimento, de soberba, após cada conquista, pois parece que já atingiu um dos últimos degraus da sabedoria que é a humildade e simplicidade (preceitos da escola Pitagoriana de 500 anos a.C).

Um guerreiro, e já com personalidade própria, forte e plena, como define sua mãe, o que é verídico, enaltece que decisão nenhuma é tomada sem sua última palavra.

Preparando-o estão seus mentores, merlins (professores e pais) para solidificar sua carreira e orientando-o para a vida, fechando cada vez mais fendas e brechas de seu conhecimento, por onde opositores tentarão entrar e ocupar fatias de seu sucesso merecedor.

Enfim, Arthur é um ser amável, admirável, sensível, amigo, bom filho e aluno, excelente irmão, criança adolescente...

Consegue tirar do xadrez tudo que ele pode proporcionar em termos de saúde mental, alegria, satisfação, competitividade e tantos atributos dos quais os enxadristas gozam e com certeza irão beneficiá-lo por toda a sua vida.

E eu com mais de 7 anos de convívio com Arthur, apurei fatos e presenciei situações interessantes, onde ele era o personagem que me deram subsídios para descrevê-lo e enaltecê-lo como merece, mas com o cuidado de não colocar uma só palavra ou elogio de que não se fizesse merecedor.

E assim é Arthur...

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