"Você precisa se esforçar para conseguir notas boas na escola e aprender. Não só porque joga

xadrez terá um rendimento bom. Você também tem que estudar não só na escola,

não só um dia antes das provas e sim todos os dias..."

Nossa entrevistada - Ramyres Santana Coelho - tem apenas 12 anos de idade e já conseguiu grandes feitos nos tabuleiros, colecionando inúmeros títulos.

Ela já viajou por vários estados brasileiros mostrando seu talento e, inclusive, em cinco oportunidades disputou eventos em outros países.

Seu pai é árbitro da CBX, seu irmão tem rating Fide e sua mãe uma simpatizante da modalidade e sua grande incentivadora.

Muito focada nos treinamentos com seus professores e também no estudo de material de apoio às aulas, Ramyres consegue unir o importante binômio talento-trabalho.

O talento sem trabalho se perde e Ramyres tem aproveitado como poucos sua habilidade enxadrística natural e ainda o treinamento de alto rendimento que sua família lhe proporciona, com excelente aproveitamento em todas as atividades.

Esta dedicação e força de vontade em elevar seu nível técnico estão surtindo grandes efeitos práticos, sendo coroados com merecidos títulos.

Disciplinada e excelente aluna do Colégio Diocesano Dom Bosco de Petrolina/PE, sua cidade natal, é destaque também na Cultura Inglesa, onde aperfeiçoa a língua inglesa para melhor aproveitar as viagens internacionais e facilitar o estudo dos livros e softwares de xadrez.

Nossos votos de continuado sucesso no xadrez à nossa entrevistada. Que venham mais e mais títulos em 2011!

Bom, feita a apresentação da "pequena notável" eis agora a entrevista...

Perfil


Ramyres Santana CoelhoNome completo: Ramyres Santana Coelho.

Data de nascimento: 24/3/1998.

Pais: Raimundo de Amorim Coelho e Maria das Graças Nunes de Santana Coelho.

Irmão: Ronielly Santana Coelho.


Cidade natal/residência: Petrolina - Pernambuco.


Local onde estuda: Colégio Diocesano Dom Bosco.

Escolaridade: 8º ano/ 7ª série.


Rating Fide: 1736 pontos.

Entrevista

Quando foi que se interessou pelo xadrez e o que a motivou?
Quando eu tinha 6 anos, na escola onde eu estudava na época (Colégio Professor Simão) ia começar aulas de xadrez. Meu irmão e eu interessamos em aprender e jogar. O primeiro torneio que joguei na categoria sub 9 (e eu tinha 6 anos) eu fiquei em 1º lugar. Então comecei a me empolgar mais.

Como é o xadrez em Petrolina/PE, cidade onde você mora. Há xadrez escolar e muitos torneios?
Frequentemente estamos jogando xadrez aqui. A quantidade de torneios varia muito, dependendo do mês chegamos a jogar 3 torneios e em alguns meses não há nenhum. Quase todas as escolas de Petrolina estão se interessando em adicionar xadrez no currículo escolar incentivando cada vez mais o esporte.

Fale sobre seu blog pessoal.
Gosto muito do meu blog (http://ramyrescoelho.blogspot.com). Lá posso divulgar o xadrez, passar as minhas experiências nas viagens que faço pelo Brasil e também no exterior. Estou sempre atualizando as informações para os leitores.

Melhor partida que jogou até hoje.
Até hoje eu não tenho a melhor partida. Mas tenho a que gosto mais, que foi contra Agatha Hurba de São Paulo no Pan-americano 2010 ocorrido em Bento Gonçalves/RS. Eu já vinha de uma derrota contra ela no mesmo ano, no Fenac, quando reencontrarmos de novo eu consegui fazer uma bela partida realizando golpes táticos e estratégicos.

Principais títulos.
Fui campeã em 2010 das Olimpíadas Brasileiras Escolares em Fortaleza/CE, um título muito importante. Não posso deixar de falar dos títulos que ganhei em 2007, pois depois deles levei mais a sério o xadrez. Foram eles: campeã brasileira escolar, campeã pan-americana escolar e campeã nordestina escolar - os três títulos em 2007!

Conte das participações em eventos fora do Brasil.
Participei já de cinco torneios fora do Brasil: dois na Argentina, um no Peru, um no Vietnã e um na Grécia; todos muito bem organizados, com níveis altíssimos de enxadristas fortes. Em todos esses torneios pude trazer muita experiência para usar aqui no Brasil, além de fazer muitas amizades. O que também há de bom nessas viagens é a possibilidade de visitar outros países, conhecer lugares lindos e também várias outras culturas.

Jogos Sul-americanos Escolares em Lima, no Peru, edição de 2010

Da esquerda para a direita: Brizzi Milagros (ARG), Laura Munoz (COL), Paula Rodriguez (COL), Luisa Vital

(BRA), Ramyres Coelho (BRA), Francisca Osorio (CHI), Karen Centuriòn (ARG) e Paula Bustamedes (PER)

Como foi vencer as Olimpíadas Escolares com 12 anos de idade, já em sua primeira participação?
Muito emocionante conseguir este importante título com apenas 12 anos, já que é a idade mínima permitida para participar do torneio. Sabendo eu, que tinhas várias meninas com idade acima da minha e que todas estavam ali para vencer, vi que era um torneio muito forte mas consegui de forma invicta ganhar as Olimpíadas.

Você vem de uma família de enxadristas, onde seu pai é árbitro da CBX e seu irmão tem rating Fide. Isso facilitou seu progresso no xadrez?
Todos da família entraram no xadrez praticamente juntos. Meu pai (Raimundo) sabia muito pouco de xadrez e eu e meu irmão (Ronielly) aprendemos juntos. Depois fomos todos pegando gosto pela coisa e hoje é o que é. Meu pai é arbitro, isso me ajuda de certa forma; meu irmão tem um bom jogo e também me ajuda bastante; fora esses dois ainda existe minha mãe (Maria das Graças) que mesmo não sabendo muita coisa de xadrez é a que mais se empolga em torneios e sempre me passa boas energias.

Há quanto tempo faz inglês na Cultura Inglesa? Creio que lhe ajuda bastante a ler livros de xadrez em língua inglesa e também nas viagens, não é mesmo?
Faço há dois anos. Sim, me ajuda muito para fazer amizades com as meninas estrangeiras, poder dar uma olhada nos livros em inglês, além de conseguir usar programas e sites de xadrez. O que me ajuda mais são nas viagens para fora do Brasil.

A escola em que estuda apoia você no xadrez?
Claro que sim. Hoje estudo nela graças a uma bolsa integral dada pela diretora, Profª. Teresinha, além de sempre estar ajudando em tudo na medida do possível.

Acha que pelo fato de jogar xadrez seu rendimento escolar é potencializado?
Acredito que ajuda. Você precisa se esforçar para conseguir notas boas na escola e aprender. Não só porque joga xadrez terá um rendimento bom. Você também tem que estudar não só na escola, não só um dia antes das provas e sim todos os dias.


Tem ídolos no xadrez (ou fora dele)?
Admiro muito o GM Carlsen e me espelho na GM Judit Polgar. E, aqui no Brasil, gosto do jogo do GM Giovanni Vescovi, GM Rafael Leitão, entre outros.

Quais seus próximos passos na modalidade? Onde quer chegar?!
Na vida tudo vem passo a passo. Acho que me tornar WMF é o primeiro passo para o que eu mais quero e também chegar ao topo do ranking feminino brasileiro ajudará. Mas, meu verdadeiro objetivo é chegar a ser umas das primeiras WGMs do Brasil.

Poderia indicar alguns livros, softwares ou sites que lhe ajudaram a melhorar seu xadrez?
Como livros, indico a coleção Xadrez Vitorioso - Yasser Seraiwan. Site o Chess Games (http://www.chessgames.com). Ajuda muito como enxadrista tanto os livros do Seraiwan quanto o site, onde vejo partidas de grande mestres.

Como é seu ritmo de estudo e prática do xadrez? Poderia nos dizer sobre seu treinamento?!
Estudo em torno de duas horas por dia em livros, apostilas, exercícios e partidas no ICC (http://www.chessclub.com) e JaqueMate (http://www.jaquemate.org). Meu treinamento é feito da seguinte forma: duas vezes na semana treino com meu professor e amigo Gérson Peres e agora em fevereiro começarei a treinar duas horas por semana com um GM. Espero que esse ano estes treinamentos me rendam bons frutos.

O que a Ramyres gosta de fazer quanto não está lidando com as coisas do xadrez?
Gosto de sair com as amigas, praticar outros esportes por diversão, acessar a internet, ler livros estimulantes de outros competidores para me animar mais.


Pergunta destinada a agradecimentos ou observações.
Quero agradecer primeiramente a Deus por estar me dando esse dom divino que é jogar xadrez, aos meus pais que sempre me acompanham e se dedicam a mim, ao meu irmão que sempre está me dando força e me estimulando, a todos da minha família que torce por mim. Ao Prof. e amigo Gérson Peres que me deu essa oportunidade e me auxilia, aos professores Agnaldo Melo e Euclides Marques pelo que já fizeram por mim, sempre aqueles que me apóiam e me seguem: HGU saúde, Cultura Inglesa, Colégio Dom Bosco e a todos meus amigos.

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